sábado, 23 de junho de 2018

INTERCÂMBIO: RESUMO DA PRIMEIRA SEMANA







Aeroporto de Cape Town
Minha primeira semana de intercâmbio na África do Sul foi satisfatória. Ao entrevistar-me, a professora Maz (uma descendente de indianos), entendeu que eu deveria começar não no nível Elementar, mas no Pré-Intermediário, explicando-me que caso eu sentisse muita dificuldade poderia retornar para o nível imediatamente inferior.  Fui muito bem recebida na classe, composta por dois brasileiros, agora três, um jovem da Arábia Saudita e outros  dois do Iêmen, a saber: Frederico (MG), Juliana  (SP), Abdullah (Arábia Saudita) e Hamed e Ayoub (ambos do Iêmen).  
Parece que temos ideias  um pouco negativas dos árabes, talvez em função dos noticiários e filmes que chegam até nós, mas neste primeiro contato, percebi que são pessoas incríveis, jovens como os brasileiros, cheios de sonhos. Pessoas receptivas e aptas a aprender um pouco mais do mundo com os demais. Aliás, neste momento, a escola tem um grande numero de alunos oriundos do Oriente Médio, não sei que fenômeno é este, mas mais pra frente, quando estiver me comunicado melhor, gostaria de descobrir.

Frederico, Alice, Fátima, Ayoub, Juliana, Abdullah e Hamed
Todos são jovens, Abdullah – adorei este nome – tem 19, Juliana 23, Hamed e Ayoub devem ter entre 20 e 22 e Fred tem uns 30, talvez. É engenheiro de Telecomunicações, trabalha na Tim com desenvolvimento de projetos. Juliana trabalha na área comercial   em uma rede hospitalar.  No Brasil estuda na escola Wise Up. Até a véspera de seu retorno queria muito poder ficar mais algum tempo em Cape Town, mas no dia da partida, na sexta-feira (22) que também era o dia do seu aniversário estava ansiosa para retornar para casa.  Quanto a Abdullah pensa em ser dentista, diz que em seu país é muito necessário este profissional. Pelo que entendi, ainda estou bastante confusa, Ayoub pensa no futebol e o Hamed não sei.
Como era de se esperar sou a anciã da classe. Nossa teacher, a Fátima,  tem uns 25 anos. É natural da Cidade do Cabo e é mulçumana. Outra pessoa muito simpática. O horário da tarde é especial e esta semana tive duas professoras, Maz e Fátima.
Na sexta-feira teve uma almoço, tipo confraternização. Os alunos, de uma outra  turma, tinham dentro do programa de lições o preparo de pratos originários de seus países.  Neste dia então, o almoço foi 0800. Muito boa a interação entre alunos,  professores e demais funcionários. No cardápio frango, batata frita, arroz, feijão (não tinha nada a ver com o nosso, mas graças a Deus era feijão), saladas deliciosas, pães do tipo sírio, ovos fritos, hambúrguer e como não podia faltar a Coca-Cola.  Ah! Tinha também um Sprite, além de suco.

Alunos na preparação do almoço
Estou morando temporariamente em um lugar muito legal. Um condomínio em U, em um bairro totalmente residencial, distante da escola uns 15 minutos a pé. Minha homestay  é a Ziggi. Uma sul-africana que mora aqui a cerca de 5 anos. Uma pessoa muito boa, destas que Deus prepara para estar com você, mesmo que seja por pouco tempo. Semana que vem, provavelmente dia 29 nascerá sua netinha e ela está muito feliz com a oportunidade de ser avó, ou melhor,   grandmother.
Temos aqui duas situações negativas: o frio, que é terrível agravado pelos fortes ventos. Hoje não preciso sair, felizmente. Lá fora esta ventando muito. E a falta de  água. Parece um mistério. Há um ano Cape Town passa pelo problema de escassez de água e não se prevê solução de nenhum lado. As pessoas são privadas de muitas coisas devido a falta de água. Os banhos, quando muito, podem ser de dois minutos. Imagine: água hiper, mega gelada até esperar o chuveiro aquecer para  começar o banho? Uma loucura. Pra mim o pior pedaço da viagem está sendo este, porque o frio você se veste com uma porção de roupas, calça botas etc, mas a água não tem jeito. Estou realmente preocupada, como suportar esta situação por tanto tempo.


Restrições no consumo de água
Seguindo as dicas do Fred, descobri que posso comprar uma comidinha para o almoço perto da escola. Não é um cardápio variado, mas dá pra comer. Meu amigo, que está aqui há três  semanas, disse que não aguenta mais aquela comida, mas não tem outro jeito. A caminho do mercadinho para a compra da quentinha, encontramos angolanos e portugueses, uma festa.  No balcão de alimentos não há muitas opções. Geralmente somos atendidos pela Grace, ainda não perguntei a nacionalidade dela, visto que aqui é muito comum a presença de trabalhadores de outros países como Angola, Moçambique, Botswana, Lesoto, Zimbábue, e Suazilândia, que desde abril teve o nome mudado para Reino de eSwatini. A maioria deixa seus países em busca de trabalho.
Na quinta, sem muita opção, escolhi um macarrão ao molho branco coberto com queijo,  identificado como macarrone with cheese. Nem gosto de molho branco, mas comi assim mesmo. O gosto não era nem ruim nem bom. Umas duas horas depois deu aquele revertério.  Pensa! Fiquei mal.  Mas a situação foi contornada e pude assistir o restante da aula.  A mim, a comida pareceu estar fresquinha, mas meu organismo não sentiu da mesma forma. Espero não ter muito desses casos para registrar.
A semana foi impactada pela morte do meu irmão Ademilson, lá no Rio de Janeiro. Ele era o terceiro filho dos meus pais e foi vítima de um infarto fulminante na terça-feira, dia 19, à noite, aos 67 anos.
E assim foi a primeira semana. No final da tarde de sexta (ontem) fomos (Ziggi e eu) ao Cavendish Square, um shopping bem bacana aqui em Newlands/Claremont. Aqui os shoppings fecham às 7 da noite. Em Joanesburgo às 5 da tarde.
Vista privilegiada da janela de casa: Table Mountain



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