quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Humaitá e Apuí instalam Rotary Club



Festiva de posse Rotary Club Humaitá-AM
O Distrito 4720 do Rotary Club inaugurou dois novos clubes neste mês de fevereiro. Os municípios amazonenses de Humaitá e Apuí são os novos membros. A posse  aconteceu no dia 16 em Humaitá e no dia 19, em Apuí. O 4720 reúne rotaryanos do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima é o distrito responsável pela maior extensão territorial do país, com 41% do território nacional   e até o dia 30 de junho está sob a tutela do governador Mâncio Martyres. Francisco Almeida, o Chico, um rotaryano que mora em Cacoal, assume a governança do distrito a partir de 1º de julho.
O Rotary é uma rede global de líderes comunitários, amigos e  vizinhos que se unem para causar mudanças positivas e duradouras em suas cidades e pelo mundo. A instituição existe há mais de 100 anos e por meio de seus associados contribui com a humanidade através de projetos  sustentáveis em diversas áreas como alfabetização, paz, saúde e recursos hídricos.
O clube de Humaitá iniciou suas atividades com 20 associados, mas o presidente Leôncio Flávio Nery Júnior destaca que quer atrair novos membros e alcançar outros municípios como Lábrea e Manicoré. No Apuí, a primeira formação conta  com 30 associados e na liderança do grupo está o presidente Paulo Lopes.

Presenças

Para a festiva de instalação e posse estiveram no interior do Amazonas os seguintes rotaryanos: Mâncio Martyres, governador 2018-19 e Waleska Martyres, ex-presidente do Rotary de Mosqueiro-PA. Francisco Almeida, governador 2019-20 e Nilva Klein Almeida de Cacoal e   Marinho Piacentur  dos Santos, que assumirá a Secretaria da Governança, a partir de julho. Marinho é membro do Rotary de Rolim de Moura.  João Petropolitano e Lucy Queiroz, do clube em Rio Branco-AC. Ele ex-governador 2008-09 e ela 2017-18. Júnior Lima, chairman 2019-20 do Distrito 4720. Almerinda Ribeiro, presidente do Rotary Porto Velho Rio Madeira, que apadrinhou os dois novos clubes e Isabel Cristina Silva, também do Rio Madeira, que será a vice-presidente do clube a partir de 1º de julho. Sabrina Mosconi membro do clube  Marcos Juárez, em Córdoba-Argentina e Ataliba Couto, do clube Monte Mário de Barbacena-MG. Marino João Galina, governador assistente 2019-20 e Berenice Pereira Varão, presidente 2019-20, ambos do Rotary de São Miguel do Guaporé. Patrício Carlos de Menezes, governador assistente 2019-20; Maria Gorete   Silva Menezes, serviços comunidade 2019-20 e Gleisy Antunes, secretária executiva 2019-20, os três de Guajará Mirim. Elaine Ruiz Ferreira, governadora assistente 2018-19 e Isaias  Ferreira Júnior, governador assistente 2019-20 do clube de Penapólis-Rio Branco – AC. Leôncio Flávio Nery Jr, Ericsson Costa Aires, Adriano Totanelli, Maria Inês Castro Corrêa e Manoel Claudio Jr, todos membros do clube de Humaitá, além de Paulo Sancler Lopes e Weslei de Souza, associados do clube em Apuí.
Na solenidade de posse os líderes rotaryanos lembraram e homenagearam Iara Ortiz, uma ex-rotaryana,  falecida em dezembro passado em Porto Velho, que esteve empenhada na formação dos dois novos clubes.

       
Novos associados do Rotary Humaitá




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

REVISTA CRÍTICA DA INFORMAÇÃO



Os cinco primeiros números da Revista Crítica da Informação editada em 1983
Tenho minhas compulsões, confesso e uma delas é guardar publicações que me despertam interesse. Nessa  brincadeira tenho revistas dos anos 80 e alguns recortes de jornais. Com a umidade tão presente na nossa região, muitas publicações se deterioraram e outras  se perderam, mas ainda tenho algumas relíquias.
Em 1983, quando estava na Universidade um grupo de jornalistas de São Paulo lançou uma publicação sob o título de Crítica da Informação. No expediente estava o nome de profissionais fantásticos e modelos para universitários que sonhavam com uma brilhante carreira na área do jornalismo. Lá estavam Luiz Costa Filho, Carlos Eduardo Lins da Silva, Alberto Dines, José Marques de Melo, José  Roberto Penteado, Lúcia Costa, Lúcia Araújo, entre outros.
A proposta da Crítica da Informação era buscar compreender os meios de comunicação de massa, sua estrutura de funcionamento, a função política que estes desempenhavam na sociedade brasileira de então. Ao mesmo tempo prestar um serviço  intelectual ao público e ao profissional de comunicação, a fim de que todos pudessem entender “o fascinante universo de poder, conhecimento e dinheiro”,  citava o primeiro editorial, cujo o autor enfatizava que a informação sempre foi foco de poder. E que a mesma tornava-se cada vez mais vital para o desenvolvimento das relações sociais, descrevendo que consumi-la acriticamente seria condenar-se a si, e à sociedade, a sujeição definitiva e o objetivo da revista seria justamente contribuir para que isso não viesse a acontecer. Creio que o autor do editorial tenha sido o Luiz Costa.
Não sei por quanto tempo aquela Crítica da Informação resistiu. Eu consegui acompanhar as primeiras cinco edições. Penso que na expectativa de baratear o custo, a revista não tinha páginas coloridas, apenas as capas. No miolo o papel usado era comum, o que fez com que nestes 36 anos as páginas ficassem amareladas, mas ainda assim estão intactas. As cinco edições têm 66 páginas cada uma, vários artigos e pouca publicidade.
Acabei de fazer uma releitura do artigo de José Marques de Melo cujo título é Leitura de jornal: privilégio da elite brasileira.  J.M.Melo em 1983 já era doutor em Comunicação,   professor da Usp, autor de alguns livros, inclusive adotados pelas faculdades de Comunicação de praticamente todo o país. Nele o autor tenta responder algumas perguntas do tipo por que o brasileiro não tinha o hábito de ler jornal? Definindo que a leitura diária de jornal representava então um indicador civilizatório bastante expressivo. Segundo José Marques de Melo, que faleceu em junho do ano passado, qualquer país que enveredasse pelo desenvolvimento econômico, repartindo melhor o produto social entre os seus habitantes, registraria sempre a progressão das tiragens dos jornais.
A queda no quantitativo de leitores com relação ao crescimento populacional era marcante no primeiro número de Crítica da Informação. De 1950 a 1980 registrou-se um declínio constante, com pouca variação de crescimento na tiragem dos jornais, mais notadamente na década de 1970. Além disso, ele deixava evidente que o crescimento do número de alfabetizados não alterava o comportamento do público leitor, talvez porque o jornal se tornava um produto economicamente inacessível à grande maioria da população.
O texto destaca ainda  que havia uma certa acomodação por parte dos proprietários dos grandes jornais que estavam satisfeitos com suas receitas publicitárias, não indo  atrás de novos leitores. Sem contar que o maior volume de papel utilizado na confecção dos impressos dependia da  importação.
Atualmente, de acordo com o IVC  - Instituto Verificador de Circulação, a circulação impressa dos principais jornais diários do Brasil segue em declínio. Em Porto Velho, em 2017, o Alto Madeira, um matutino centenário deixou de circular. Antes deles perdemos muitos outros, como O Estadão do Norte, O Guaporé, O Imparcial, A Tribuna e tantos outros.

Exemplares históricos do Alto Madeira - última edição outubro de 2017
Numa análise mais atualizada, provavelmente os parâmetros seriam outros, mas o que vale aqui neste momento é destacar a preocupação registrada há 36 anos atrás. O certo é que os jornais estão  sendo extintos e não há nada mais vibrante do que a oportunidade de manipular um jornal impresso, sentir o cheiro da tinta, dobrar as páginas para uma leitura mais confortável. Antigamente quando viajava para visitar a família no Rio de Janeiro sempre comprava o jornal, nem que fosse aos finais de semana, quando as edições eram  recheadas de novidades. Com o passar do tempo o hábito foi desaparecendo e hoje quase nem me lembro. Mas se aparece um jornal leio o máximo possível.
Durante o curto período em que estive na  África do Sul, no ano passado, observei que a leitura do jornal impresso ainda é um hábito por lá. Há várias publicações que circulam nos bairros da Cidade do Cabo, a maioria de distribuição gratuita, com  vasta publicidade do comércio local, em especial supermercados e farmácias. Mas também há os informativos diários que tem o seu público alvo bem definido. E em geral, os jornais ficam expostos para venda nos supermercados.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

O Brasil que a gente não quer


08 de fevereiro de 2019

Amanhecemos nesta sexta com mais uma tragédia estampada nas manchetes dos noticiários on line. Desta vez, pelo menos, dez adolescentes, talvez entre 14 e 17 anos, perderam a vida. Eles foram vítimas de um incêndio que aconteceu no Centro de Treinamento do Flamengo, mais conhecido como Ninho do Urubu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Outros três foram retirados do local, pelo Corpo de Bombeiros, ainda com vida e estão hospitalizados. 
Quem são estes meninos que buscam uma carreira em uma das profissões mais ilusórias do nosso país? Quem nunca conheceu um garoto que fez de tudo para chegar pelo menos perto de um desses Centros de Treinamento dos grandes clubes? Qual o tratamento dispensado a estes sonhadores? Será que eles recebem o melhor do clube? Alimentos, acomodação, atenção psicológica e etc?
Nunca estive em um Centro de Treinamento de Base para formação de atletas, mas imagino que não seja o local mais nobre dos clubes, tipo a sala de visita. Mas já tive contato com mães de meninos que sonharam um dia ser um grande jogador de futebol e o que elas contam não é lá grande coisa. Algumas informações na mídia davam conta de que as imagens,  publicadas nas primeiras horas, no local funcionava um depósito. Será? Depósito serve pra tudo, o que presta e o que é inservível. Mas quem vai responder sobre isso será a Perícia do Corpo de Bombeiros. Voltemos às vítimas.
Pois é, como ia dizendo, a clientela desses Centros de Treinamento, em geral dos que optam por morar no local, são meninos pobres, ou  não tão pobres assim que deixam suas casas a centenas de milhares de quilômetro em busca de um sonho. Todos têm algo em comum: ser um grande jogador, quiçá o melhor; vestir a camisa dos grandes clubes do Brasil ou do exterior e fazer parte do escrete da Seleção Brasileira. Sonhos completamente compreensíveis e aceitáveis, mas muitas vezes eles precisam passar por situações de grande tristeza e até humilhação e a maioria acaba voltando pra casa, decepcionado com o futebol. Alguns descobrem novos objetivos, outros param no tempo e no espaço.
Mas para aqueles dez meninos não houve sequer tempo para finalizar o sonho. Foram surpreendidos pela morte cruel. Talvez tenham despertado atordoados com a fumaça e sido por ela sufocado, talvez não. Quem vai saber? Suas famílias agora choram não apenas   a perda de um ente querido, mas lamentam a possibilidade de um dia mudar de vida, de ter sonhos realizados. Ainda não sabemos de onde eles eram, mas certamente de muitos lugares do nosso Brasil. Pena que tudo tenha terminado assim.  


 
O que restou após o incendio no alojamento dos meninos no Ninho do Urubu, em Varzea Grande, no Rio. (Foto Internet)

Só, para registrar, vale a pena lembrar que a Zona Oeste foi sacudida na última segunda-feira por um forte temporal, tendo sido uma das regiões do Rio mais atingidas. E de acordo com informações divulgadas pela midia até a madrugada do incêndio o local ainda estava sem água e sem energia.