sábado, 24 de novembro de 2012

COTA RACIAL





                   Alice, Alicinha, Anna e José (mãe e "padrinhos")

Vou passear por um caminho árduo e espinhoso e se é assim, posso até ser ferida, mas vamos lá.
As cotas para negros. Sou negra, tenho mais de 50 anos, não enriqueci, aliás  estou longe disso, mas tenho minha profissão, que exerço, às vezes, aos trancos e barrancos, ou seja com alguma dificuldade. Mas é dela que vem o meu sustento.
Já fui constrangida inúmeras vezes nesta vida. Quer coisa pior que negro procurar emprego especialmente em cidade grande?
Foram tantos os nãos. 
Quem estava lá para fazer a seleção, é claro que nunca dizia que o motivo da não escolha fosse a cor da pele ou o morar longe, por exemplo. Mas no fundo, quem passa por isso sempre sabe o que está acontecendo.  Ficava abatida, às vezes até derrotada, mas não tinha jeito, precisava prosseguir.
Naquele tempo não tinha quem o ou que me defendesse, leis, constituição, ongs ou seja lá o que fosse. Era eu, a minha pele e aqueles que não me aceitavam para ocupar um simples cargo de auxiliar de escritório em “sua”
empresa.
Lembro que uma certa vez, trabalhava em uma metalúrgica, na parte administrativa  e estava aprendendo as primeiras lições da contabilidade, fazendo os lançamentos de débito e crédito,  quando cheguei no escritório e falei pro senhor que me ensinava, um contador antigo, daqueles de letra bonita, que tinha um livro contábil impecável, que havia passado no vestibular, ele ficou indignado. E disse na minha cara que faculdade não era para mim e que deveria me contentar com a função de auxiliar de escritório.
Tinha lá eu 22 anos. Recebi a pancada, mas não fui a nocaute. Sobrevivi e com enormes sacrifício consegui me matricular.
Se eu contei pra alguém?
Lógico que não. Não tinha pra quem contar. Era a primeira na família a dar um passo para ingressar no ensino superior e ia levar uma coisa dessa pra casa. Ai, além de mim, minha mãe certamente, também ficaria arrasada.
Mas nada disso é novidade para pessoas que tiveram que derrubar barreiras sozinhas e na marra como eu.
Hoje o assunto é o ministro Joaquim Barbosa, quando a mãe dele mesmo declarou que precisou lutar muito para vencer sozinho.
Se esperássemos por cota, certamente estaríamos enterrados no começo de tudo.
Meu medo é que as pessoas se acomodem com as cotas e não lutem para conquistar o seu lugar ao sol.
Cotas nas universidades. Estas já são reais.
E o que se pretende agora cotas para emprego público.
Imagina eu, nessa altura do campeonato ser abordada por um colega ou por um contribuinte, apontado que eu só estou no serviço público porque fui protegida por uma cota para negros.
Não, não mesmo. Eu não gostaria disso. Sou funcionária pública sim. Mas uma coisa eu me orgulho, fui aprovada em primeiro lugar, independente de qualquer coisa. E não há nada melhor na vida do que ver o fruto do seu trabalho e do seu esforço.
Universidade é para um tempo da vida. Trabalho é para o tempo que nos resta e às vezes é muito tempo para carregar mais um estigma.




WALTER BÁRTOLO

Conheci o seu Walter logo que cheguei aqui em 1986. Grande amigo do seu Euro Tourinho, o nosso sempre querido Diretor. Fiz muitas matérias com ele, coisas do dia a dia lá mesmo na redação do AM. Afinal de contas, para os amigos o seu Euro nunca negou espaço.
No tempo em que ele assumiu a Cemaguam. Fui lá na Cemaguam pedir a ele para assessorá-lo. Acho qu era ali na Jaci Paraná. E assim  tive a honra de conviver um pouco com ele. Mas muito pouco tempo para conhecê-lo. Meu contato era mais com o senhor Carlos, que me atendia e dava a direção para a produção de algum texto.
Há poucos dias, acompanhando o ex-chefe da Casa Civil, Juscelino Amaral a uma solenidade na Assembléia Legislativa eu o vi e cumprimentei.
Mais tarde, conversei com a professora Yedda Borzacov e fiquei até de ir a casa dele para ouvir  um pouco de suas memórias.
A ideia surgiu quando eu a professora lembrávamos do dr. Ary Tupinambá Penna Pinheiro. Logo que cheguei aqui, conversava muito com ele, lá na Pedro II, onde ele morava. E aprendi muito sobre a região com a sabedoria do dr. que nasceu no interior do Pará e veio para estas paragens.
Mas confesso que acabei esquecendo o projeto de conversar com  Bártolo em algum canto da mente.
Resultado, ele partiu e não conversamos. Mas tem muita gente por ai que teve oportunidade de extrair do velho seresteiro muitas ideias.




"Estava a toa na vida....."

Em tempos de mudanças, cai Mano Meneses, Gol demite 800, Joaquim Barbosa preside Supremo. Não dá para ficar a toa na vida, debruçada na janela vendo os vândalos passarem.
Vamos exercitar, rabiscar.
O goleiro Brunão só vai a juri em março. Isso é bom pra quem?
Mas o Macarrão já se deu mal, quinze aninhos. A namoradinha do goleiro também, mas vai ficar cunmprindo pena fora das grades, só pegou cinco anos.