sábado, 30 de junho de 2018

SOS SOL ......


Ai você pergunta: E as novidades? huuuuuummmmm!  No mundo globalizado em que vivemos, está um pouco  dificil achar novidades por ai. Segunda semana de intercâmbio, continuo meio perdida e sem respostas. Seria isso a novidade?
E agora o notebook está me sabotando. Escrevo esta linha, quando olho não tem nada. Pensa????????
E o tempo que não melhora. Helpppppppppppppp !!!!!!!!!! Preciso de sol. E ainda estou no começo de tudo. 
Mas para valer o registro  vamos lá. 
Semana de pouco avanço. Mais um colega brasileiro  foi embora.  Se não houver reformulação na turma serei eu e os árabes, ou serão os árabes e eu????  Gente boa. 
Mas acho que vamos ter mudanças, pelo menos de professora, uma vez que a Fátima está de férias e viajará para a Turquia na semana que vem. 
Semana de chuva e pra ser repetitivo, de muito frio também. 
Hoje fui às compras. Uma piada. Não dá pra ficar olhando lojas despreocupadamente, quando não há disposição para procurar. O frio e o tempo aborrecido e cinzento não deixam. A todo momento fazem lembrar que é preciso buscar refúgio em casa. 


sábado, 23 de junho de 2018

INTERCÂMBIO: RESUMO DA PRIMEIRA SEMANA







Aeroporto de Cape Town
Minha primeira semana de intercâmbio na África do Sul foi satisfatória. Ao entrevistar-me, a professora Maz (uma descendente de indianos), entendeu que eu deveria começar não no nível Elementar, mas no Pré-Intermediário, explicando-me que caso eu sentisse muita dificuldade poderia retornar para o nível imediatamente inferior.  Fui muito bem recebida na classe, composta por dois brasileiros, agora três, um jovem da Arábia Saudita e outros  dois do Iêmen, a saber: Frederico (MG), Juliana  (SP), Abdullah (Arábia Saudita) e Hamed e Ayoub (ambos do Iêmen).  
Parece que temos ideias  um pouco negativas dos árabes, talvez em função dos noticiários e filmes que chegam até nós, mas neste primeiro contato, percebi que são pessoas incríveis, jovens como os brasileiros, cheios de sonhos. Pessoas receptivas e aptas a aprender um pouco mais do mundo com os demais. Aliás, neste momento, a escola tem um grande numero de alunos oriundos do Oriente Médio, não sei que fenômeno é este, mas mais pra frente, quando estiver me comunicado melhor, gostaria de descobrir.

Frederico, Alice, Fátima, Ayoub, Juliana, Abdullah e Hamed
Todos são jovens, Abdullah – adorei este nome – tem 19, Juliana 23, Hamed e Ayoub devem ter entre 20 e 22 e Fred tem uns 30, talvez. É engenheiro de Telecomunicações, trabalha na Tim com desenvolvimento de projetos. Juliana trabalha na área comercial   em uma rede hospitalar.  No Brasil estuda na escola Wise Up. Até a véspera de seu retorno queria muito poder ficar mais algum tempo em Cape Town, mas no dia da partida, na sexta-feira (22) que também era o dia do seu aniversário estava ansiosa para retornar para casa.  Quanto a Abdullah pensa em ser dentista, diz que em seu país é muito necessário este profissional. Pelo que entendi, ainda estou bastante confusa, Ayoub pensa no futebol e o Hamed não sei.
Como era de se esperar sou a anciã da classe. Nossa teacher, a Fátima,  tem uns 25 anos. É natural da Cidade do Cabo e é mulçumana. Outra pessoa muito simpática. O horário da tarde é especial e esta semana tive duas professoras, Maz e Fátima.
Na sexta-feira teve uma almoço, tipo confraternização. Os alunos, de uma outra  turma, tinham dentro do programa de lições o preparo de pratos originários de seus países.  Neste dia então, o almoço foi 0800. Muito boa a interação entre alunos,  professores e demais funcionários. No cardápio frango, batata frita, arroz, feijão (não tinha nada a ver com o nosso, mas graças a Deus era feijão), saladas deliciosas, pães do tipo sírio, ovos fritos, hambúrguer e como não podia faltar a Coca-Cola.  Ah! Tinha também um Sprite, além de suco.

Alunos na preparação do almoço
Estou morando temporariamente em um lugar muito legal. Um condomínio em U, em um bairro totalmente residencial, distante da escola uns 15 minutos a pé. Minha homestay  é a Ziggi. Uma sul-africana que mora aqui a cerca de 5 anos. Uma pessoa muito boa, destas que Deus prepara para estar com você, mesmo que seja por pouco tempo. Semana que vem, provavelmente dia 29 nascerá sua netinha e ela está muito feliz com a oportunidade de ser avó, ou melhor,   grandmother.
Temos aqui duas situações negativas: o frio, que é terrível agravado pelos fortes ventos. Hoje não preciso sair, felizmente. Lá fora esta ventando muito. E a falta de  água. Parece um mistério. Há um ano Cape Town passa pelo problema de escassez de água e não se prevê solução de nenhum lado. As pessoas são privadas de muitas coisas devido a falta de água. Os banhos, quando muito, podem ser de dois minutos. Imagine: água hiper, mega gelada até esperar o chuveiro aquecer para  começar o banho? Uma loucura. Pra mim o pior pedaço da viagem está sendo este, porque o frio você se veste com uma porção de roupas, calça botas etc, mas a água não tem jeito. Estou realmente preocupada, como suportar esta situação por tanto tempo.


Restrições no consumo de água
Seguindo as dicas do Fred, descobri que posso comprar uma comidinha para o almoço perto da escola. Não é um cardápio variado, mas dá pra comer. Meu amigo, que está aqui há três  semanas, disse que não aguenta mais aquela comida, mas não tem outro jeito. A caminho do mercadinho para a compra da quentinha, encontramos angolanos e portugueses, uma festa.  No balcão de alimentos não há muitas opções. Geralmente somos atendidos pela Grace, ainda não perguntei a nacionalidade dela, visto que aqui é muito comum a presença de trabalhadores de outros países como Angola, Moçambique, Botswana, Lesoto, Zimbábue, e Suazilândia, que desde abril teve o nome mudado para Reino de eSwatini. A maioria deixa seus países em busca de trabalho.
Na quinta, sem muita opção, escolhi um macarrão ao molho branco coberto com queijo,  identificado como macarrone with cheese. Nem gosto de molho branco, mas comi assim mesmo. O gosto não era nem ruim nem bom. Umas duas horas depois deu aquele revertério.  Pensa! Fiquei mal.  Mas a situação foi contornada e pude assistir o restante da aula.  A mim, a comida pareceu estar fresquinha, mas meu organismo não sentiu da mesma forma. Espero não ter muito desses casos para registrar.
A semana foi impactada pela morte do meu irmão Ademilson, lá no Rio de Janeiro. Ele era o terceiro filho dos meus pais e foi vítima de um infarto fulminante na terça-feira, dia 19, à noite, aos 67 anos.
E assim foi a primeira semana. No final da tarde de sexta (ontem) fomos (Ziggi e eu) ao Cavendish Square, um shopping bem bacana aqui em Newlands/Claremont. Aqui os shoppings fecham às 7 da noite. Em Joanesburgo às 5 da tarde.
Vista privilegiada da janela de casa: Table Mountain



quarta-feira, 20 de junho de 2018

FAMÍLIA - UM BEM QUE NÃO TEM PREÇO

Formatura Raísa em Porto Velho 2011 Ademilson, Alice, Raísa e Antônia Layr




O dia nem havia amanhecido e eis que o telefone tocou e uma voz embargada explodiu como uma bomba: “meu pai faleceu”, a voz era do André Luiz, o quarto sobrinho. Antes disso, por pouco não dispensei a ligação, mas considerei que ele talvez não soubesse que não estou  no Brasil e atendi sonolentamente. A notícia me pegou de surpresa. Meu irmão estava sim doente, mas não era daquelas doenças para a morte. Engoli em seco e esperei o resto da informação que foi curta e grossa, parecia que ele já tinha decorado o texto, avisava do falecimento, horário e sepultamento.
Atordoada, não conseguia nem definir a hora. Informei para a Raísa sobre o passamento, aos meus irmãos de igreja e a uma antiga amiga em comum. Lamentei profundamente perder uma pessoa tão querida. Sem desmerecer os demais, ele tinha um quê especial, porque quando eu era muito pequena e  minha precisava se ausentar para trabalhar, ele era o responsável por mim e pelo que nossa mãe relatava, cuidava muito bem, melhor que dele mesmo. Era o meu Leleco, forma carinhosa pela qual o  chamava nem sei por que. Coisas de crianças.
Pelos relatos de nossa mãe, o Lika, era assim que o chamávamos em família,   foi uma criança frágil. Passou por várias enfermidades, mas venceu. Aos 22 anos se casou com Aldecira, uma moça do interior, no dia 18 de novembro de 1973. Nunca esqueço a data, porque eu desejei muito ir à festa, mas não pude, quanto ao ano, já não tenho tanta certeza. Eles se casaram na “roça”, era assim que se referiam  a localidade  São João do Paraíso, no norte do Estado do Rio. O casamento teve muitas estórias, como a caminhada do noivo e seus irmãos por várias horas para chegar ao local do casamento e até  o aparecimento de um disco voador.
Lika era um cara legal. Gostava de ir na casa da nossa mãe e fazer faxina, literalmente. Era uma briga só, porque ele queria jogar objetos que considerava desnecessários  fora e ela ficava uma fera, brigava com ele, mas reclamava se ele não aparecesse por lá com freqüência. Mas sempre foi um filho obediente. Aos e noivo levou umas boas cabadas de vassoura nas costas, dadas pela nossa mãe. Naquela ocasião, ela batia e ele dizia, “pode bater a senhora é a minha mãe, tem todo direito”. Nossa mãe costumava dizer, que ela podia não saber por que estava batendo, mas o filho sabia porque estava apanhando.   Se resultado desse corretivo ou não, sinceramente não sei, mas Ademilson foi um bom marido e um bom pai e sem dúvida um excelente irmão, tio, primo e avô. Do casamento nasceram André, Andreilson e Ademauri e ainda encontraram lugar para o Alexis, todos Luiz, como o pai.
Pude recebê-lo duas vezes em Porto Velho, a primeira em 2011, para a formatura da Raísa. Veio ele e nossa irmã Antonia Layr, que todos chamam de Suzanna, além de alguns amigos. Foi um momento excepcional. A alegria dele pela formatura da sobrinha era a de quem forma uma filha. Estava muito feliz. Desde que a Raísa era pequena ele não se cansava de dizer, que a hora que ela quisesse poderia morar na casa dele, fosse para estudar no Rio, fosse por qualquer necessidade. Nunca foi necessário, mas as portas estiveram sempre abertas.
A segunda vez ele fez a gentileza de sair do Rio para passar um mês em nossa casa, enquanto Raísa e eu fazíamos uma viagem de férias, isso já em 2014. Na volta, o levamos  para conhecer Guajará e Guayará Mirim, ficou super feliz pela oportunidade de atravessar a fronteira.
Ano passado fizemos planos para o início de 2018. Iríamos a muitos lugares no Rio de Janeiro, visitaríamos a parentela e conheceríamos novos lugares, mas uma enfermidade podou nossos planos, mas eu ainda tinha  esperanças, que hoje chegaram ao fim.
Todos se preparam para a vida. Fazemos Chá de Revelação, para anunciar o sexo do bebê, que muitas vezes ainda está longe de nascer, fazemos Chá de Bebê, quando os queridos chegam com seus presentes para agraciar o novo ser, mas ninguém celebra o que está para morrer, como se esse não fosse o fim mais certo ao longo da vida. Nos últimos anos, digamos assim, perdemos muitas pessoas queridas da família, melhor dizendo, nosso avô, Antônio Freitas Tavares faleceu há muitos anos, acho que 45 anos atrás, mas lembro dos últimos anos de vida dele com certa nitidez. Como estava aposentado,  ia a nossa casa com uma certa frequência, sempre  que podia levava um agrado, tipo um reforço para o almoço, ficava uma horinhas por lá e depois voltava pra casa, muitas vezes caminhava uma longa de Campos Elíseos ao Laureano, onde morava. No dia do seu sepultamento, minha sobrinha Andréa Layr aprendeu a andar. Foi no mês de agosto de 1973. Em 1988 fomos surpreendidos com a morte violenta do Lucas, o primogênito da terceira geração dos Tavares Thomaz. Alguns anos mais tarde, já no início dos anos 90, perdemos o Anderson, outro sobrinho.  Nossa mãe partiu em 2011, deixando uma grande lacuna nas nossas vidas. Depois Anna Paula e no ano passado o Alexis. Neste meio tempo também tivemos outras baixas, como a cunhada Célia Chagas Thomaz e uma ex-cunhada, mãe do Anderson, a Sônia Cunha. Seus filhos choram suas mortes até hoje. A família do Ademilson nem sequer se recuperou da perda do Alexis e agora fica sem o pai. Toda perda causa uma dor imensurável. Certamente é mais intensa para uns do que para outros, mas essa separação é certa e inquestionável.   
A Palavra de Deus nos ensina que do pó viemos e para o pó retornaremos, por isso precisamos fazer boas escolhas em nossa vida, como reatar a nossa intimidade  com o Criador e procurar viver sob o seu domínio para que após este lastimoso dia, nossos amados que ficam possam de fato ficar em paz, sabendo da certeza da salvação daqueles que partiram.  
Perdoem-me se confundi datas ou se esqueci de mencionar alguém. Saudades de todos. Hoje gostaria muito de abraçar meus irmãos e sobrinhos e dizer que precisamos amar e respeitar uns aos outros cada dia mais, porque depois o que   fica é a  saudade e lembranças. Não da tempo pra nada. Semana passada (15/6) Aldecira me mandou uma mensagem e disse que estava planejando reunir os irmãos no próximo final de semana para um almoço. Nem deu tempo .....
 Alice Thomaz 


terça-feira, 5 de junho de 2018

Voluntários do CatAÇÃO limpam Ramal Maravilha II

Lago Maravilha, um pequeno paraíso logo após a ponte sobre o Rio Madeira, a caminho de Humaitá (AM) Foto: Alice Thomaz

Localizado na margem esquerda do Rio Madeira o Lago Maravilha reserva um lugar de tranquilidade e ar puro. Tucunaré é a espécie de peixe mais procurada na região, mas como diz o presidente da Associação de Moradores, Miguel Pinto da Silva, há muitas outras espécies e se não tem Tucunaré, o pescador não passa aperto.
O problema é que visitantes e moradores tiram o peixe e deixam para trás a sujeira. Pensando em resolver o problema e ensinar à comunidade e aos demais que desfrutam dos benefícios do lago, a manterem a área limpa e preservada, um grupo de voluntários formado por servidores municipais e estudantes universitários e a tantos quantos quiserem se juntar a eles fomentaram o projeto CatAÇÃO, que tem como proposta orientar as comunidades a proteger o meio ambiente de resíduos e ao mesmo tempo tirar proveito financeiro do que não serve mais.
A primeira ação do grupo foi no Ramal Maravilha II, uma área rural próxima do Centro de Porto Velho, onde cerca  90 famílias, a maioria oriunda do grupo de moradores  desabrigados pela cheia do Rio Madeira em  2014, vive atualmente. A limpeza aconteceu no sábado passado, dia 02 de junho, quando 19 voluntários protegidos por luvas e tênis se aventuraram na limpeza da rua principal do bairro até a beira do lago.

                                                  Limpeza na beira do Lago Maravilha  (AT)
                               Retirada do lixo da rua Principal que liga a comunidade ao lago (AT)


                                                    Separação do resíduo coletado  (AT)

Foram recolhidos cerca de 60 quilos de resíduos, entre plástico (a maior quantidade com 37 quilos), alumínio, papelão, tecido, ferro, vidro, entre outros.
O lixo recolhido na Comunidade Maravilha somou 60 kg
Participaram deste primeiro  evento os seguintes voluntários: Noeme B. Parente, Tatiane F. Medeiros, Maria Célia   P. Eusébio, Telma F. da Silva, Maria do Socorro F. da Costa, Júlia G. Bezerra, Bruno M. Pereira, Kassie K. S. Pereira, Maria Jardey  J. Gonçalves, Wever F. de Sousa, Alessandra G. Bitencourt, Alessandra Meneses, Carime Afonso S. Leite, Stephanny A. G. Saraiva, Camila A. S. Rosa, Miguel Pinto Silva, Lívia L. Santos, Raísa Tavares e Alice Thomaz.