terça-feira, 1 de junho de 2010

É LÓGICO E PRUDENTE ESPERAR UM GRANDE AMOR?


A revista Annuário das Senhoras em sua edição de 1934, apresenta vários artigos destinados às mulheres daquela época. Isabel Clark escreveu sobre a prudência de se esperar um grande amor, ora transcrito. Seu título original: É lógico e prudente esperar um grande amor?
“Toda mulher espera casar por amor. Apenas chega à juventude, a visão do homem ideal ocupa-lhe um lugar na alma. Nem por um momento duvida de que o encontrará. Às vezes tal fato sucede rapidamente. Se também ele a ama, casam. Se não é correspondida, a jovem encontra-se diante de um conflito.
Mas não é dele que me proponho a falar neste artigo. Porque, havendo encontrado o grande amor para perdê-lo, o problema será verificar se poderá ou não conformar-se com outro menos intenso. Geralmente assim acontece. Muitas, porém, são incapazes de suportar uma repulsa, embora inconscientes.
Mas que fará a mulher que chega aos 26 ou 27 anos sem encontrar o m homem ideal?
Continuará a espera dele? A resposta depende do temperamento de cada uma, e, em menor proporção das circunstâncias.
Suponhamos que se trate de uma dessas meninas em boa situação financeira, o que lhe permite desfrutar a vida e divertir-se enquanto vivam os pais. Suponhamos que tenha desanimado muitos homens que a pediram em casamento, só porque não constituíam o “tipo ideal”. Casaram eles com outras – parecem felizes – enquanto ela continua a esperar. Apresentando-se outro homem que não está mais perto de seu ideal que os anteriores ...
A mulher normal não é muito exigente. Sabe viver com os demais e a maioria das pessoas entende-se bem com ela. Interessa-se pelos assuntos femininos. Deseja possuir um lar. Em uma palavra: deveria casar, com o que não quero dizer que tenha de casar, por força, com qualquer um”.
Nenhuma mulher pode ser feliz com um homem com o qual não combine. Mas, se o estima, se sente que lhe faria falta deixar de vê-lo, se é feliz com a sua amizade, se compreende que ele dará a mulher que eleja uma vida serena e honrosa, pode casar sem temor. Do contrário é muito provável que aos 40 ou 50 anos se arrependa de haver esperado em vão ao ver outras mulheres felizes com os homens que ela mesma desprezou.
Mas há outros casos. Aqueles em que não se trata do tipo comum de mulher, ou por temperamento , ou pelas circunstâncias. Possuidora de força de vontade e de inteligência robusta, não sendo fácil de se moldar, agrada a muitos, faz amizade lentamente. Quando repele os homens que a desejam não é porque os compare com um ideal imaginário, mas porque embora se agrade de certas qualidades, desagradam-lhe outras. Tal mulher não deve casar por ouvir elogios ao matrimônio. Só por vontade própria, por escolha própria.
Não sendo ela pior nem melhor que a do primeiro tipo, é diferente e, como tal, seu procedimento, em qualquer circunstância, será diferente também. O que a outras basta, para ela seria insuficiente, por conseguinte será preferível que continue solteira a casar para logo perceber que escolhera um homem com quem jamais se entenderá.”
(Isabel Clark)

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