sexta-feira, 26 de novembro de 2010

BANDEIRAS E HOMENS INSERVÍVEIS


No dia da Bandeira, 19 de novembro, pude observar pessoalmente uma solenidade simples, mas de grande significado, pelo menos para mim. Em frente a 17ª Brigada de Infantaria de Selva, debaixo de um sol bem quente - não era dos piores que temos aqui -, homens e mulheres perfilados saldavam um símbolo nacional, quem sabe o mais importante.
Toda a solenidade girou em torno do nosso pavihão nacional. Mas um momento especial foi o da incineração das bandeiras inservíveis.
Como nós, as bandeiras têm um tempo de vida. Enquanto são úteis estão nos mastros sendo agitadas pelos ventos. Uma hora para o norte, outra para o sul. Algumas ficam expostas ao sol e às chuvas. Passam assim a vida toda, têm uma casa, mas não têm abrigo.
Tem sido assim com muitos homens, mulheres, crianças, adolescentes e jovens.
Se bem cuidadas, as bandeiras resistem mais, e nós?
O ritual para incinerar as bandeiras inservíveis é triste, solene e reflexivo. Só são queimadas assim, aquelas que durante seu tempo útil tiveram quem delas cuidasse.
O número delas, a cada ano reduz um pouco mais. A cada tempo, elas perdem mais o valor e o respeito. Isso lembra alguma coisa?
Poucas, pouquíssimas bandeiras foram incineradas. A maioria fica na vala comum, indigentes que passaram pela vida, alegraram a tantos, mas pela maior parte foi esquecida.
Ainda assim, valeu a pena estar lá para ver o fim glorioso de um querido símbolo da pátria. A solenidade reuniu um bom contingente de soldados, que honrosamente desfilaram diante da bandiera.

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