segunda-feira, 31 de maio de 2010

A CANÇÃO DO AFRICANO


Lá na úmida senzala

Sentada na estreita sala

Junto ao braseiro, no chão

Entoa o escravo o seu canto

E ao cantar correu-lhe em pranto

Saudades do seu torrão.


De um lado uma negra escrava

Os olhos no filho grava,

Que tem no colo a embalar

E a meia voz la responde

Ao canto e o filhinho esconde

Talvez para não escutar!


Minha terra é lá bem longe

Das bandas que o sol vem

Esta terra é mais bonita

Mas a outra eu quero bem!


O sol faz lá tudo fogo

Faz em brasa toda a areia

Ninguém sabe como é belo

Ser de tarde para a ceia.


Este verso não sei o autor, mas faz parte de um caderno manuscrito de versos escritos ou dedicados a uma pessoa amiga da família a mais de 50 anos. É daqule tempo em que as jovens donzelas se ocupavam de escrever qradrinhas, sonetos, versinhos e outros mimos para deixar de recordação para as colegas mais chegadas. Especilamente as de escola.

A canção do africano não seria muito própria para aqueles dias, mas por incrívrel que pareça, está anotado no caderno duas vezes, oferecidos por amigas diferentes nos anos de 1949 e 1950.

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