O tempo passa, mas ela não pára. Aceitou o desafio e foi ensinar pintura em tela para moradores da Zona Leste em Porto Velho.
Alunos do curso de pintura em tela
Orientar alunos em uma oficina de
pintura durante uma semana na Zona Leste de Porto Velho, este foi o mais recente desafio superado pela artista plástica Rita Queiroz. Ela, que foi convidada para ensinar técnicas básicas de pintura para moradores de um condomínio do projeto Minha Casa Minha Vida no bairro Socialista, na zona Leste de Porto Velho, considerada como a região mais violenta da capital, ficou impressionada com
o interesse da turma.
Mas esta nobreza é própria de Rita, que há alguns anos atuou voluntariamente em Porto Velho ensinando crianças oriundas de famílias de baixa renda técnicas de pintura em tela, um trabalho que rendeu muitos frutos ao município que realizou então várias exposições e comercialização de muitas telas, algumas delas foram parar na Itália, como destacou na página do Facebook da artista, a técnica Selma Mazieiro, que na época atuava no projeto representando o município.
Sérgio mostra um dos seus dois trabalhos que pintou quando ainda era jovem
Comunidade tranquila
Atentos os alunos recebem as primeiras instruções antes de por a mão na massa
O convite pegou a artista de surpresa e mais surpresos ainda ficaram os alunos, ao verem que a professora era ninguém menos que a pintora Rita Queiroz, com fama internacional e que estava disposta a ensinar como se inicia a pintura de uma tela em um bairro de periferia. “No começo eu estava até preocupada em como seria o trabalho, mas quando cheguei lá vi que todos estavam muito entusiasmados, fiquei tranquila. Em poucos dias eles produziram não uma, mas até três telas e boa parte delas com muita qualidade”, comemorou a professora.
Realizar trabalhos sociais é uma das coisas que a artista Rita Queiroz mais gosta de fazer, ela lembrando de atuações com menores infratores; presos do sistema prisional de Porto Velho e de Guajará-Mirim; idosos; internos da psiquiatria do Hospital de Base, entre outros. “Este tipo de atividade me põe pra cima, renova a minha vida”, declarou.
A artista plástica está com 83 anos e chegou a ser incentivada a não aceitar
a missão, mas disse que valeu muito a pena ter dito sim e está disposta a retornar à comunidade para desenvolver um novo trabalho, se possível com as crianças e adolescentes. “Me disseram que o lugar é perigoso, mas não vi isso não, pelo contrário vi as pessoas vivendo harmoniosamente, crianças brincando no pátio do condomínio e uma turminha interessada em aprender uma atividade nova na vida, isso sim, porque tirando uma ou duas pessoas, as demais nunca tinham tido uma experiência com nenhum tipo de pintura.”
Hoje alérgica a uma das principais matéria-prima, Rita precisa usar máscara para se proteger
De Rita para Rita o orgulho em ser aluna da xará
Até então conhecida pelos alunos apenas pelo nome, Rita descobriu que tem muitos admiradores de sua arte, como a xará Rita Pereira Lima, uma cozinheira aposentada de 67 que disse estar muito honrada em conhecer a artista mais famosa de Porto Velho. O contador Sérgio de 35 anos precisou correr para chegar a tempo às aulas. Ele contou que sempre foi interessado pelas artes plásticas e chegou a produzir duas telas, mas teve que abandonar a arte por falta de recursos e por ter que se dedicar a vida profissional, mas que agora encontrou um novo alento e que pretende dar continuidade. "Aqui tem pessoas muito talentosas", afirma a artista.
Instrução personalizada
Além da costura e do crochê Sueli descobriu mais um talento
Sueli de Abreu trabalha com costura e com crochê, tem 61 anos e disse que quando soube do curso pensou consigo mesma “Sueli, tá ai uma boa oportunidade pra você aprender o que ainda não sabe”. A reflexão foi levada a sério. No dia de começar o curso foi a primeira a chegar e estava ansiosa pelo que iria acontecer ao longo da semana e destacando que o certificado da oficina de pintura, assinado por Rita Queiroz, teria um lugar de destaque na sala. "Valeu muito a pena estar aqui, porque as orientações recebidas da professora Rita foram muito valiosas", salientou Sérgio.
Rita não descarta a realização de um novo trabalho no local, desta vez voltado para as crianças
O Projeto de Trabalho Social (PTS) tem como uma de suas
funções organizar atividades sociais e ambientais para as famílias beneficiadas pelo
programa Minha Casa Minha Vida, cujo
principal objetivo é oferecer moradias para as famílias, em geral de baixa
renda. E neste contexto estão incluídas ações culturais, como a realização de
uma oficina de pintura em tela, como registrado no Residencial Porto
Belo II.
Alunos do curso de pintura em tela |
Sérgio mostra um dos seus dois trabalhos que pintou quando ainda era jovem |
Comunidade tranquila |
Atentos os alunos recebem as primeiras instruções antes de por a mão na massa |
O convite pegou a artista de surpresa e mais surpresos ainda ficaram os alunos, ao verem que a professora era ninguém menos que a pintora Rita Queiroz, com fama internacional e que estava disposta a ensinar como se inicia a pintura de uma tela em um bairro de periferia. “No começo eu estava até preocupada em como seria o trabalho, mas quando cheguei lá vi que todos estavam muito entusiasmados, fiquei tranquila. Em poucos dias eles produziram não uma, mas até três telas e boa parte delas com muita qualidade”, comemorou a professora.
Realizar trabalhos sociais é uma das coisas que a artista Rita Queiroz mais gosta de fazer, ela lembrando de atuações com menores infratores; presos do sistema prisional de Porto Velho e de Guajará-Mirim; idosos; internos da psiquiatria do Hospital de Base, entre outros. “Este tipo de atividade me põe pra cima, renova a minha vida”, declarou.
A artista plástica está com 83 anos e chegou a ser incentivada a não aceitar
a missão, mas disse que valeu muito a pena ter dito sim e está disposta a retornar à comunidade para desenvolver um novo trabalho, se possível com as crianças e adolescentes. “Me disseram que o lugar é perigoso, mas não vi isso não, pelo contrário vi as pessoas vivendo harmoniosamente, crianças brincando no pátio do condomínio e uma turminha interessada em aprender uma atividade nova na vida, isso sim, porque tirando uma ou duas pessoas, as demais nunca tinham tido uma experiência com nenhum tipo de pintura.”
Hoje alérgica a uma das principais matéria-prima, Rita precisa usar máscara para se proteger |
De Rita para Rita o orgulho em ser aluna da xará |
Instrução personalizada |
Além da costura e do crochê Sueli descobriu mais um talento |
Rita não descarta a realização de um novo trabalho no local, desta vez voltado para as crianças |
Segundo os organizadores, a princípio as vagas seriam
destinadas aos idosos e portadores de necessidades especiais, mas para fechar a turma, o acesso foi estendido a outros interessados. Com isso aumentou a procura e quem não acelerou ficou de fora.
Geovani foi direto ao coração da professora ao inspirar-se em uma coruja para pintar, a ave mais admirada Por Rita |
Mas nem só de adultos foi formada
a turma de alunos de Rita Queiroz. Vitória, uma adolescente de 14 anos no primeiro dia disse
que não sabia pintar nada, mas que sempre gostou de admirar paisagens e apostou no manuseio das tintas e pinceis.
Geovani de 13, foi o primeiro adolescente a se apresentar, ele inclusive
levou os desenhos de carros criados por ele mesmo para mostrar a professora.
Seu trabalho final foi uma coruja, que deixou Rita encantada pela admiração que
tem por esta ave. Gustavo de 11 anos foi
o caçulinha da turma. Chegou já no
segundo dia, mas tomou posse como os primeiros,
e empolgado exibia sua camisa marcada pelas cores das tintas usadas para
a produção do seu trabalho, se portando como um grande artista.
A oficina de Pintura foi realizada no período de 09 a 13/12/2019 no Residencial Porto Belo II – Bairro Socialista
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