Lá na úmida senzala
Sentada na estreita sala
Junto ao braseiro, no chão
Entoa o escravo o seu canto
E ao cantar correu-lhe em pranto
Saudades do seu torrão.
De um lado uma negra escrava
Os olhos no filho grava,
Que tem no colo a embalar
E a meia voz la responde
Ao canto e o filhinho esconde
Talvez para não escutar!
Minha terra é lá bem longe
Das bandas que o sol vem
Esta terra é mais bonita
Mas a outra eu quero bem!
O sol faz lá tudo fogo
Faz em brasa toda a areia
Ninguém sabe como é belo
Ser de tarde para a ceia.
Este verso não sei o autor, mas faz parte de um caderno manuscrito de versos escritos ou dedicados a uma pessoa amiga da família a mais de 50 anos. É daqule tempo em que as jovens donzelas se ocupavam de escrever qradrinhas, sonetos, versinhos e outros mimos para deixar de recordação para as colegas mais chegadas. Especilamente as de escola.
A canção do africano não seria muito própria para aqueles dias, mas por incrívrel que pareça, está anotado no caderno duas vezes, oferecidos por amigas diferentes nos anos de 1949 e 1950.
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